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Primeiras oficinas presenciais da Estratégia Alimenta Cidades consolidam diagnósticos locais e fortalecem políticas de segurança alimentar




A Estratégia Alimenta Cidades avança no fortalecimento de políticas públicas de segurança alimentar por meio de suas oficinas presenciais, espaços para consolidar diagnósticos locais, engajar atores estratégicos e promover soluções que garantam o direito humano à alimentação adequada. Coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan/MDS) do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que tem o Instituto Comida do Amanhã como parceiro implementador, a iniciativa promove encontros que reúnem sociedade civil, gestores públicos e especialistas para debater os desafios e as potencialidades dos sistemas alimentares municipais.


Entre novembro e dezembro de 2024, foram realizadas oficinas presenciais em 7 cidades brasileiras, consolidando um processo de escuta, troca de experiências e construção coletiva. Mais do que simples encontros técnicos, essas atividades se tornaram marcos na mobilização local, reunindo diferentes setores para discutir e estruturar políticas de segurança alimentar e nutricional. Temas como agricultura urbana, fortalecimento das cozinhas solidárias e bancos de alimentos, aprimoramento da governança alimentar e integração entre políticas públicas estiveram no centro das discussões, permitindo a formulação de estratégias adaptadas às necessidades de cada município.


Para a diretora do Comida do Amanhã, Thais Barreto, a realização das oficinas presenciais em cada uma das 60 cidades será fundamental para direcionar as ações do primeiro ciclo da Estratégia, que se estende até o fim de 2026. “É essencial que cada cidade tenha esse espaço de construção coletiva, reunindo diversos atores-chave para analisar o diagnóstico já levantado, identificar forças e fragilidades e definir prioridades. Esse processo fortalece o engajamento local e garante que as ações implementadas respondam às reais necessidades de cada território”, ressaltou.


Em Campina Grande (PB), a oficina destacou o papel da alimentação escolar na segurança alimentar infantil, com ênfase no Programa Plantar, que implementa hortas agroecológicas em escolas municipais e envolve diretamente cerca de 9,5 mil crianças na produção de alimentos. O uso da compostagem com esterco bovino e o fortalecimento da conexão entre produção local e merenda escolar foram apontados como estratégias essenciais para garantir a sustentabilidade do programa e ampliar seu impacto na segurança alimentar da cidade.


Na oficina realizada em Recife (PE), a agroecologia urbana e as cozinhas solidárias ganharam destaque como elementos fundamentais para enfrentar a insegurança alimentar no contexto urbano. A importância de mapear áreas vulneráveis e fortalecer redes comunitárias para garantir o acesso a alimentos saudáveis foi amplamente debatida, assim como a necessidade de ampliar iniciativas de feiras agroecológicas e produção local.


Em Cuiabá (MT), as visitas técnicas à Padaria Comunitária e ao Restaurante Popular foram um dos pontos altos da oficina, proporcionando uma reflexão sobre o papel dos equipamentos públicos no fortalecimento da segurança alimentar e nutricional. Durante os debates, a necessidade de reativar iniciativas de agricultura urbana e fortalecer a governança do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) foram identificadas como prioridades locais.

A oficina realizada em Contagem (MG) foi marcada pela apresentação de iniciativas locais bem-sucedidas, como o Restaurante e a Cozinha Comunitária Nova Contagem, a Cozinha Solidária Ipê Amarelo e a Horta Comunitária Reg. Vargem das Flores. Além das visitas técnicas, os debates reforçaram a necessidade de ampliar o apoio à agricultura urbana e à distribuição de alimentos para populações vulneráveis.


No Rio de Janeiro (RJ), a oficina teve como principal foco o mapeamento de desertos alimentares e a ampliação da agricultura urbana. A Plataforma Alimenta Cidades, que reúne dados sobre insegurança alimentar no município, foi um dos destaques do encontro. Entre as experiências locais compartilhadas, o Programa Hortas Cariocas chamou atenção pelo impacto positivo na segurança alimentar, com mais de 53 toneladas de alimentos produzidos e distribuídos. Também foi debatida a ampliação do Banco de Alimentos do Ecoparque do Caju, que já distribuiu cerca de 3 toneladas de alimentos por mês para famílias em situação de vulnerabilidade.


Em Niterói (RJ), a oficina trouxe para o centro das discussões a inovação na segurança alimentar por meio da Moeda Social Araribóia, que já beneficiou 37 mil famílias e movimentou mais de R$200 milhões na economia local. O Banco de Alimentos Herbert de Souza também foi um dos destaques, com um histórico de distribuição de 205 toneladas de alimentos para instituições sociais. Além disso, os debates reforçaram a importância da integração entre políticas de segurança alimentar e ações de economia solidária, promovendo soluções sustentáveis para o enfrentamento da fome na cidade.


Já em João Pessoa (PB), a oficina ressaltou o papel das cozinhas comunitárias na segurança alimentar e nutricional da população em situação de vulnerabilidade. Atualmente, a cidade conta com seis cozinhas comunitárias em pleno funcionamento, que produzem diariamente mais de 3.600 refeições gratuitas. O Programa Pão e Leite, que atende 11 mil famílias com um auxílio mensal para a compra de alimentos, foi apontado como um exemplo de política pública no combate à insegurança alimentar.


Nos primeiros meses de 2025, serão realizadas oficinas em todas as cidades prioritárias, promovendo capacitações e diálogos essenciais para o desenvolvimento das ações previstas.


O papel do Instituto Comida do Amanhã


O Instituto Comida do Amanhã, como um dos parceiros implementadores da Estratégia, tem desempenhado um papel central nesse processo. A organização contribui com análises técnicas, promove debates e apoia a formulação de diretrizes para a segurança alimentar nos municípios participantes. Sua atuação reforça a importância de um olhar sistêmico sobre a alimentação, considerando não apenas a oferta de alimentos, mas também questões sociais, ambientais e econômicas que impactam o acesso à comida de qualidade.


Até o momento, as oficinas presenciais consolidaram diagnósticos em sete cidades brasileiras, mas a expectativa é ampliar ainda mais esse alcance em 2025. Além disso, as 60 cidades participantes da Estratégia seguem recebendo suporte técnico por meio de reuniões remotas, garantindo o acompanhamento contínuo das ações.

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